segunda-feira, 14 de setembro de 2009

CAFÉ LITERÁRIO – A ARTE DA PALAVRA FALADA

Começando com um paradoxo, dizem que uma imagem vale mais que mil palavras, mas somente com palavras se pode explicar que uma imagem vale mais que mil palavras. Bastante oportuno, assim me parece, o tema A ARTE DA PALAVRA FALADA, do Café Literário a ser promovido pelo SESC-ES, no próximo dia 15 de setembro, no Centro Cultural Majestic, 19:00 horas, considerando o tempo em que vivemos onde há tantos meios de comunicação ao mesmo tempo em que muito poucos conseguem se comunicar.

No que diz respeito, especificamente, ao Café Literário, vamos explorar as possibilidades de utilização da palavra, bem como, estabelecer um diálogo entre a literatura e o teatro. Haverá uma explanação minha (Wilson Coêlho) e outra de Alessandro Darós, com mediação de Aline Yasmin, além de uma intervenção com fragmentos da peça “Doutor Faustus Liga a Luz” (“Doctor Faustus Lights the Lights”) de Gertrude Stein, na tradução de Fábio Fonseca de Melo e revisado por Daniel Belquer. A intervenção será feita pelos atores Alan Moscon, Berenice Pahins, Fernanda Antônia, Lutz Rocha e Max Goldner.
Abaixo, dois pequenos textos sobre a questão da palavra.

Queria falar um pouco sobre as palavras... num certo sentido, eu as tomo nas mãos como se fossem rosas... e me delicio com o cheiro de suas pétalas... mas sempre me pergunto sobre o que elas querem dizer... e quase sempre prefiro sentir como se não soubesse... só para gozar de novo o prazer de experimentá-las... dai, aquilo que eu poderia dizer de um outro sentido das palavras... é que as palavras não são em si mesmas o significado, mas elas se significam no momento exato em que são expressas, tanto na forma de serem emitidas, pelo volume, a tonalidade, o timbre, o hálito... assim compreendo a palavra como uma pá que lavra... uma pá que fere o terreno como se este fosse uma página onde a história se inscreve e é escrita... o significado da palavra escrita (pá + lavra) é o sulco que ela deixa no corpo da página/terra... de acordo com a caligrafia que é o resultado da relação entre aquele que escreve... e com a intenção de quem lê... no caso da palavra falada, seu significado se dá como um sopro do espírito... um fenômeno entre aquele que se permite ao verbo para se manifestar através dos ouvidos que abrem passagem para a mente que escuta... quem tem ouvidos para ouvir que ouça... (Wilson Coêlho)

Wilson Coelho

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